FLÁVIA REDMAN
( Amazonas – Brasil )
Nasceu em Manaus, Amazonas. 34 anos, em 2021). Ciclista. Turismólog, especialista em docência da Língua Inglês, graduanda em Letras – Língua Inglesa.
Recentemente dirigiu o curta metragem “Inverno Torturador”, baseado em seu poema do mesmo título, que trata da temática do abuso sexual. Disponibiliza seu Instagram para contato: flavia_redman
NOVO DECAMERON. Antologia poética. Org. Rodrigo Starling, 2021. 235 p. ISBN 978-65-994-783-7-6-1
Ex. bibl. Antonio Miranda
A MORTE NÃO MORRE
Não é só o outro que morre
A morte é retirar o ar lentamente
É a dor de uma saudade profunda,
Ferida aberta verozmente
É olhar o horizonte cinzento
A dor da morte nunca morre
Perfura o peito, abrindo sofrimento...
Morrer nunca é, sem si, solidão...
É ser tragado no labirinto obscuro,
profundo de uma alma
em agitadas ondas de emoção
Remédio? Não há!
Quem dera uma poção mágica!
Um sopro de vida!
Um encanto, um luar!
Quem dera,
a morte fosse um convidado não recebido
atrevido, maldito, querendo entrar!
A morte não morre
Quem dela poderá escapar?
AMIGA MORTE
Seja bem vinda, amiga morte
Há tempos aguardava por ti
Sentei-me em minha cadeira velha de balanço
Sentindo essa brisa fria da madrugada para te esperar
Demoraste tano, minha morte!
Qual o motivo de teu atraso?
Perdeu o trem das quatro?
Bela, com seu vestido vermelho
Teus cabelos dourados iluminam a noite
Cálida...
Pálida...
Teu encanto, óh morte, me fascina
Doce menina
A me banhar no bálsamo do além
Desse afago que ninguém deseja
Amiga morte, seja
O vinho que me embriagava
Descarada...
Açoitada...
Aterrorizada...
Amiga morte
Vem e me leva!
Talvez no além
A felicidade me espera
Que é essa felicidade?
Que também se atrasou
Me desonrou... Abusou... Despedaçou...
É o fio da navalha cortando o meu pulso
No zig zag da cadeira de balanço
Vou chorar meu pranto
E clamar a ti, ó morte amiga!
Vem! Seja bem vinda!
Porque eu morri quando já estava morta
*
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Página publicada em dezembro de 2021
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